Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.
terça-feira, novembro 25, 2003
André Kertész (IV)
"A Balada do violinista", Abony, Hungria, 1921
"Por muito fulgurante que seja, o punctum possui, mais ou menos virtualmente, uma força de expansão. Essa força é muitas vezes metonímica. Kertèsz tem uma fotografia (1921) que representa um cigano cego, a tocar violino, conduzido por um miúdo; ora aquilo que vejo, através desse olho que pensa e que me faz acrescentar qualquer coisa à fotografia, é a calçada de terra batida: a terra dessa calçada dá-me a certeza de estar na Europa Central. Percebo o referente (aqui, a fotografia ultrapassa-se realmente a si própria: não será essa a única prova da sua arte? Anular-se como médium, deixar de ser um signo, passando a ser a própria coisa?), reconheço totalmente os povoados que atravessei quando, há tempos, viajei pela Hungria e pela Roménia."
"A Câmara Clara", de Roland Barthes (p. 71, Edições 70)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário