Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.
sábado, maio 22, 2004
Manhã improvável
Está sol. Mas uma densa massa branca tolda a paisagem, não se vê além dos nossos tímidos horizontes domésticos, algo a que chamamos janela. Alguém acabou de sair, fechou a porta com pouco cuidado. Escuto Vanessa da Mata cantar "não me deixe só, tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro, dos fantasmas da minha voz".
terça-feira, maio 04, 2004
Marrocos
Tenho um amigo que diz sempre que moro em Marrocos, ou seja, Vila Nova de Gaia. Eu nunca compreendi bem estes bairrismos do Norte, até porque nunca soube explicar de forma exacta por que é que eu moro em Gaia e não no Porto ou em Matosinhos. Mas isso não importa. O que interessa é que eu até consigo gostar de Marrocos, aprecio sobretudo a indecisão de um concelho meio agrário, meio urbano, meio balnear. Na janela em frente da qual escrevo há, por exemplo, um quadro anacrónico: vejo duas habitações com hortas contíguas - sim, couves, batatas, salsa, alfaces e árvores frutíferas cultivados por dois casais de idosos - e, ao fundo, o inacreditavelmente brega GaiaShopping, contruído num estilo neo-caravelesco.
Gosto disso. É engraçado.
Hoje, quando voltava a pé dos correios, vi mais um exemplo dessa identidade híbrida. Para espantar os pássaros das suas plantas, um camponês gaiense construiu um artefacto futurista recorrendo a CDs usados e barbante. É uma experiência estética inigualável. Recomendo.
Gosto disso. É engraçado.
Hoje, quando voltava a pé dos correios, vi mais um exemplo dessa identidade híbrida. Para espantar os pássaros das suas plantas, um camponês gaiense construiu um artefacto futurista recorrendo a CDs usados e barbante. É uma experiência estética inigualável. Recomendo.
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