Recebo no início do ano, quando chego de viagem, um livro azul - a capa parece um vidro fumado, distorcendo a silhueta de uma mulher saída do século XIX. As pinturas são de Luís Noronha da Costa e os poemas de Jorge Reis-Sá. Encontro ali as palavras que ficaram por dizer no dia em que partiste, não são minhas, mas sim do poeta. Mas eu não sou poeta e apetece-me dizê-las do mesmo jeito ao teu ouvido:
A vida inteira esperei por
alguém como tu
Mesmo sabendo que não sei como és
E mesmo que
ainda não se tenha passado a vida inteira.
in Quase e outros poemas De Querença (Quasi, 2000, 1ª edição; 2005, 2ª edição)
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