terça-feira, fevereiro 07, 2006

Já confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir

Foto de Andre Kèrtesz


"Aquele ciclo banal de adormecer e acordar no escuro, por baixo da roupa, com outro ser, um mamífero pálido, suave e terno, de faces encostadas num ritual de afecto, sedimentado por breves instantes nas necessidades eternas de ternura, consolo, segurança, de membros entrelaçados para estarem mais próximos - uma simples consolação diária, quase demasiado óbvia, fácil de esquecer com a luz do dia. Será que alguma vez foi descrito por um poeta? Não uma ocasião em particular, mas a sua repetição ao longo dos anos."

Sábado, de Ian McEwan (Gradiva, 2005)


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