"Quando olho à volta, e olho para a minha própria vida, essa ideia de procura de amor, que implica dor, é absolutamente recusada e diluída numa espécie de vivência que parece ter sentido mas não tem. Somos ratinhos de laboratório entre centros comerciais, emprego, modas, jornais, artigos de opinião, férias e isso rouba-nos tempo. Já não conseguimos ter tempo. Há alguns anos que anda a ser editado o livro do Proust Em Busca do Tempo Perdido que pede um outro tempo para ser lido; é muito difícil um ser contemporâneo ler aquele livro, vê-se à rasca para ler."
Excerto de um conversa entre o encenador Nuno Cardoso e o actor João Pedro Vaz, publicada no programa da peça Plasticina (Teatro Carlos Alberto/Teatro Nacional São João, Porto, 2006)
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