É por isso que eu amo de paixão o humor brasileiro!
Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.
quarta-feira, abril 18, 2007
terça-feira, abril 17, 2007
Palavras-fulgor de ti
ao meu morto querido, que vive em mim, com muita saudade
Abril
Páscoa
casa
família
netos
bisnetos
Abril
Páscoa
casa
família
netos
bisnetos
desejo de viver
integridade
confiança nas pessoas
generosidade
Vasco
Benfica
sueca
amigos
construção
vindimas
gatos
pássaros
cerejas
pão
passeio no Douro
Arouca
Portugal
segunda-feira, abril 16, 2007
domingo, abril 15, 2007
Dar corda ao mundo
Deda, Noruega, 2006
"Imaginei-me transformado em pássaro de pedra, sulcando o céu de Verão, pousando no ramo de uma árvore enorme, dando corda ao mundo. Se era certo que o pássaro de corda tinha desaparecido, alguém tinha de desempenhar as suas funções. Alguém tinha de dar corda ao mundo por ele. Caso contrário, a corda iria diminuindo e o delicado mecanismo acabaria por parar. E o que acontece é que eu seria o únco ser humano a ter dado pelo seu desaparecimento."
Haruki Murakami in Crónica do Pássaro de Corda (Casa das Letras, 2007, p. 274)
quinta-feira, abril 12, 2007
O tempo transborda
Leio Éluard, Llansol e Guimarães Rosa, e penso em ti, em virtude do muito amor, na proximidade da tua data natalícia:
"Eis o dia
que veio a mais: o tempo transborda"
(Paul Éluard, Últimos Poemas de Amor, tradução de Maria Gabriela Llansol)
"A. Nómada devia fazer hoje sessenta anos. Mas o tempo, contado pela terra, já é inútil para ele. Ele caiu agora onde fica o segredo da contagem"
(Maria Gabriela Llansol, Amigo e amiga. Curso de silêncio de 2004)
"Saudade é ser, depois de ter"
(Guimarães Rosa, citação de memória)
"Eis o dia
que veio a mais: o tempo transborda"
(Paul Éluard, Últimos Poemas de Amor, tradução de Maria Gabriela Llansol)
"A. Nómada devia fazer hoje sessenta anos. Mas o tempo, contado pela terra, já é inútil para ele. Ele caiu agora onde fica o segredo da contagem"
(Maria Gabriela Llansol, Amigo e amiga. Curso de silêncio de 2004)
"Saudade é ser, depois de ter"
(Guimarães Rosa, citação de memória)
domingo, abril 08, 2007
Domingo de Páscoa
Penso em ti, minha adorada ausente de escrita,
e preparo meu coração para suportar as saudades,
porque sei que em breve trocaremos mensagens,
e manteremos correspondência,
nestas nossas notícias do cais.
Penso também muito naquele que está lá onde o amor
já não pode morrer nem ser quebrado,
e que tanto amava tapetes de flores
e uma mesa de doces iguarias,
para bem-receber o compasso com a cruz...
Enquanto penso, ouço com o meu amado,
que amorosamente prepara o almoço pascal,
belas canções que elevam a alma
(poemas musicados de San Juan de la Cruz, na voz de Amancio Prada)
e músicas cubanas (do Buena Vista Social Clube),
que mitigam e renovam as saudades de ti.
Penso nisso tudo
e, apesar da dor da saudade,
percebo que ouço, vejo, falo, sinto, escrevo,
estou viva,
sou feliz...
E comovo-me,
celebrando pequenas grandes alegrias,
como a desta hora, deste dia, deste domingo.
e preparo meu coração para suportar as saudades,
porque sei que em breve trocaremos mensagens,
e manteremos correspondência,
nestas nossas notícias do cais.
Penso também muito naquele que está lá onde o amor
já não pode morrer nem ser quebrado,
e que tanto amava tapetes de flores
e uma mesa de doces iguarias,
para bem-receber o compasso com a cruz...
Enquanto penso, ouço com o meu amado,
que amorosamente prepara o almoço pascal,
belas canções que elevam a alma
(poemas musicados de San Juan de la Cruz, na voz de Amancio Prada)
e músicas cubanas (do Buena Vista Social Clube),
que mitigam e renovam as saudades de ti.
Penso nisso tudo
e, apesar da dor da saudade,
percebo que ouço, vejo, falo, sinto, escrevo,
estou viva,
sou feliz...
E comovo-me,
celebrando pequenas grandes alegrias,
como a desta hora, deste dia, deste domingo.
segunda-feira, abril 02, 2007
O artesanato do Mundo
Folheie as mãos nas plainas enquanto desusa a gramática da madeira, obscura
memória: a seiva atravessa-a.
Que a mão lhe seja oblíqua.
Aplaina as tábuas baixas e sonolentas - torne-as
ágeis.
Leveza, oh faça-a como a do ar que entra nelas.
Por súbita verdade a oficina se ilude: que,
de inspiração,
o marceneiro transtorne o artesanato do mundo.
Aparelha, aparelha as tábuas cândidas.
A sua vida é cada vez mais lenta.
Como entra o ar na gramática!
Que Deus apareça.
Herberto Helder
domingo, abril 01, 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)