"Tanto que me lembro, vivi sempre com ele.
Sempre fui entendendo que se tratava de uma intimidade exposta aos olhares dos outros. E, agora, também exposta ao seu olhar. Fui percebendo que existias comigo, e além de mim. Chamei-lhe ser. Ao teu movimento, dei nome. Como o sentia íntimo e distante, fiz saber que não era um instrumento, mas órgão. Que não servias, mas expressavas. O que dissesse, fazia. Nem que demorasses.
Até modelar o corpo humano.
(...)
Fui dizendo que valia a pena.
Fui-lhes dizendo que te via, ser. Que se habituara a mentir, impostor que eras por manha, excepto com a rapariga que temia essa impostura da língua.
Disse-lhes que podias ser, que havia a possibilidade de que fôssemos a outra coisa, a restante vida, uma variedade de causa amante,
que havia caminho entre a sebe e o ser."
LLANSOL, Maria Gabriela. Lisboaleipzig 2. O ensaio de Música. Lisboa: Rolim, 1994, p. 20.
Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.
quarta-feira, junho 13, 2007
Na data natalícia do poeta Fernando (Antonio Nogueira) Pessoa
Aos meus três Antonios
(no dia do poeta e do santo de seu nome)
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