Como mãe, como avó, como cidadã, como ser humano, sinto-me na obrigação de cumprimentar a Polícia Civil de São Paulo pela eficiência na investigação do crime contra a menina Isabella.
Foi um exemplo de profissionalismo, de dever bem cumprido. Devíamos nos orgulhar de termos profissionais tão competentes, ao invés de criticá-los. Outro exemplo de seriedade e competência vem-nos do promotor que acompanha o caso, o que nos deixa mais confiantes na possibilidade de ser feita justiça (a justiça possível, tendo em conta a pouca severidade de nossas leis).
Não, não foi "um espetáculo de pirotecnia". Mas, ainda que fosse, não é isto que deveria causar preocupação. Preocupante é o triste espetáculo diariamente oferecido por muitos dos nossos políticos. Preocupante é haver assassinatos, especialmente de crianças. Preocupante é a possibilidade de o(s) assassino(s) não ser(em) preso(s) e julgado(s). Preocupante é a brecha de se considerar a "primariedade" do(s) acusado(s) num crime contra a criança (no caso em questão, contra a própria filha). Preocupante é a leveza da pena, desproporcional ao peso do delito.
Sim, o fato vem ocupando um grande espaço na mídia - um espaço correspondente à comoção popular diante da brutalidade do crime. Sinal de que a sociedade ainda não perdeu a capacidade de se indignar diante de crimes hediondos, como este, e de clamar por justiça. Sinal de que se solidariza com a dor sem nome e sem sentido dos que efetivamente amavam a menina. Sinal de que repudia a frieza de quem matou barbaramente uma criança e não compatua com o silêncio de quem, em nome de certos valores e direitos, protege assassinos, calando o valor e direito maior, o da vida.
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