A avó tem um coração cheio de recantos, talvez "mais vasto que o mundo" (Drummond). Em cada um desses recantos mora uma criança especial, muito amada. Há as crianças que já cresceram e que hoje até já são pais de outras crianças, mas, para a dona do tal coração, ainda são (sempre serão) "eternos infantes", como diria Pessoa.
Nessas muitas moradas afetivas, há o infante João, recém-nascido, o neto do coração de Portugal, a quem ela dedicou um acalanto, embalando-o docemente em pensamento. Há o menininho que mora no Brasil, no apartamento ao lado, e que tem quase a mesma idade da menininha, "a neta primeira a chegar", em Portugal.
A avó sente não poder conviver com eles ao mesmo tempo. Sabe que quando está com o neto de cá não pode estar com os do outro lado do cais. E vice-versa. Mas sabe também que amar um é amar os outros, pois este é o milagre da multiplicação do amor. Quanto mais se ama, mais se acrescenta.
Nessas muitas moradas afetivas, há o infante João, recém-nascido, o neto do coração de Portugal, a quem ela dedicou um acalanto, embalando-o docemente em pensamento. Há o menininho que mora no Brasil, no apartamento ao lado, e que tem quase a mesma idade da menininha, "a neta primeira a chegar", em Portugal.
A avó sente não poder conviver com eles ao mesmo tempo. Sabe que quando está com o neto de cá não pode estar com os do outro lado do cais. E vice-versa. Mas sabe também que amar um é amar os outros, pois este é o milagre da multiplicação do amor. Quanto mais se ama, mais se acrescenta.
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