O menininho sentiu a minha longa ausência. A princípio ele não fez muita festa ao nos ver e não respondia aos meus acenos, quando a empregada ou a mãe o traziam de manhã na área de serviço para trocar a fralda da noite (ele já não usa de dia).
Dei tempo ao tempo, sem pressa. Foi vindo aos poucos. Na segunda semana, veio duas vezes de manhã, antes da creche. Mas ao retornar de tarde não mais me chamada para brincar pela fresta da varanda. Nesta semana, ao voltar da escolinha, já pediu seguidamente para vir brincar na casa da titia. Ontem, trouxe boa parte da sua frota de carrinhos. Contei-lhe uma história - de um menino, seus amigos e sua pipa -, naturalmente a partir das imagens de um livro*.
Amor precisa de alimento cotidiano, com o pão do afeto e do imaginário. Sobretudo quando é amor de criança.
*MUTH, Jon J. (Texto e ilustrações). As três perguntas. São Paulo: Martins Fontes, 2004 (baseado numa história de Leon Tolstoi).
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