quinta-feira, janeiro 08, 2009

O despropósito da morte

LUC DE SMET

O meu amigo Luc escreveu-me anteontem. Eu já sabia, antes mesmo de abrir a mensagem, que não havia ali boas notícias. O seu pai foi enterrado anteontem. Senti-me triste e inútil diante do sofrimento de Luc e Ann. Guardarei deste senhor (que nunca conheci pessoalmente) as imagens com histórias dentro que Luc me enviou ao longo dos últimos anos.
A imagem acima foi captada num quarto de hospital, quando a doença ainda não se imaginava fatal, talvez há dois anos, ou até menos. Acredito que sejam bolhas de oxigénio comprimidas um aparelho terapêutico qualquer. Gosto de pensar que o pai de Luc, tal como nós - eu e a pessoa que me lê agora, todos nós -, permanecerá no carrossel da vida assim mesmo: como bolhas de oxigénio, moléculas cheias de carbono ou átomos dispersos no húmus.

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