Hoje um filhotinho de passarinho chocou-se contra a vidraça do nosso quarto. Caiu atônito na varanda, quase desfalecido. Fiquei paralisada de impotência e cheia compaixão. Como ajudá-lo? Tentar pegá-lo e pô-lo perto de um galho? E se caísse ao pousá-lo (desta vez do terceiro andar!)?
Encoberta pela cortina para não assustá-lo ainda mais, esperei ansiosamente que se reanimasse . Arrastou-se com esforço até um vaso de plantas, eriçou a penugem, mas não conseguiu alçar nem um pequeno voo.
Um outro pássaro, suponho que a mãe, piava aflito (assim interpretei) na amendoeira. Do lado de cá, de vez em quando o pequenino ferido respondia.
Quando chegou a hora da nossa caminhada, meu marido e eu decidimos deixá-lo tentar sozinho mais um pouco, sem a nossa intervenção, para que não se ferisse ainda mais. Não fomos sequer pegar nossos tênis na varanda: fui de sandálias e fiz uma bolha no pé. Ao regressarmos, se ainda estivesse na varanda, encontraríamos uma solução.
Na volta, quando viu-me a olhar para o alto da árvore, o porteiro disse que havia caído um filhote do ninho. Outro, pensei? Não, não era outro, era o "nosso" que havia conseguido voar até o parapeito, mas não conseguiu sustentar o voo. Vendo a minha aflição, o porteiro tentou consolar-me, dizendo: ele vai ficar bem, eu o peguei e soltei no jardim aqui do lado.
A mãe ainda continuou piando até escurecer. Oxalá o pequenino consiga sobreviver, mesmo tão prematuro e sem ninho.
Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
A menina que ama os livros
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Missa da Luz pelo querido senhor José
Na segunda-feira, dia 2 de fevereiro, comemorou-se o dia da Apresentação de Jesus ao Templo (quarenta dias após o Natal). A paróquia da Ressurreição, no Posto Seis, estava repleta. Na entrada, os fiéis recebiam uma vela. Um pouco antes do início da Missa, todas foram acesas. Enquanto a voz de Maria Betânia (gravação) cantava "Ave Maria", o Padre José Roberto percorria um a um os bancos, aspergindo água benta.
Na homilia, o Padre Roberto destacou o papel de Maria e José, ao cumprirem rigorosamente a lei do seu tempo. Pensei com carinho e reconhecimento no querido senhor José, em como ele foi um excelente pai durante toda a sua existência, cumprindo de forma irretocável a sua missão de amar os filhos.
No momento da comunhão, soou pelo templo a belíssima composição de Bach e Gonoud (embora seja mais conhecida apenas como de Gonoud) - a que mais me toca o coração e eleva o meu espírito.
As velas, apagadas durante o ofício, foram novamente acesas quase no final. Na saída, muitos amigos - muitos mesmo, bem mais do que poderíamos esperar, sobretudo considerando que era um dia de semana - vieram nos abraçar e nos confortar.
Foi a mais comovente Missa da Luz a que assisti. O Senhor José merecia, por ter sido um pai e um ser humano maravilhoso. Não deve ter sido simples coincidência que a sua Missa de sétimo dia tenha sido rezada justamente numa data tão significativa.
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