Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.
sábado, dezembro 24, 2005
Um Natal cubano
Cuba é o país que nos ensina a conservar aquilo que temos. Um sabonete que derrete na curva da banheira. Um carro que, apesar da idade, cumpre as suas funções sem dar grandes razões de queixa. Ou, pelo menos, um território cujo povo nos leva a valorizar a abundância em que vivemos. O amplo espaço de respiração de que gozam os jornalistas europeus. Os incontáveis livros que temos nas estantes de livrarias e bibliotecas. Todos ao alcance das mãos. Sem restrições.
Vejo as árvores de Natal que se proliferam pelo Rio de Janeiro e não consigo deixar de imaginar como será a consoada cubana. Nem sai da minha memória a alegria de um povo que, com quase nada, e um esparadrapo invisível sobre os lábios, deseja "buena suerte" aos estrangeiros que cruzam o seu caminho.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
A força da gravidade é... fraca!
Leio uma entrevista da físca norte-americana Lisa Randall à Folha de São Paulo e fico espantada diante da seguinte afirmação: "Baseado no poder das outras forças, como a electromagnética ou as forças atómicas, era de se esperar que a gravidade fosse mais forte." Parece estranho, mas faz todo o sentido. Com um pequeno imã, conseguimos atrair um gancho de cabelo, um movimento que contraria a força gravitacional de um planeta inteiro. "É um grande mistério porque as diferentes forças têm intensidades tão diferentes!", comenta Randall, uma cientista que se parece com Jodie Foster e acaba de lançar o livro "Warped Passages" (ainda sem tradução prevista para Portugal ou Brasil).
domingo, dezembro 04, 2005
O poder dos livros
"Esta capacidade que um livro possui de estabelecer as suas próprias relações, de conquistar pessoas de idades improváveis e de fazer a escolha do seu próprio caminho, é para mim uma coisa fascinante. Como ser vivo, ele nasce, cresce e parte. Como podia eu servir-me dele para fazer passar uma mensagem, ainda que fosse pedagógica? Não, um livro não é pombo-correio, não tem de levar nada na anilha. Não há, aliás, que pôr qualquer anilha. A sua natureza de nobre não admite que se lhe adscrevam missões. Não nutro a intenção de ensinar nada, a não ser que se chame ensinar a dar a mão e a fazer perder o medo para o voo."
Hélia Correia em entrevista a Maria João Cantinho, publicada na revista on line Storm
Hélia Correia em entrevista a Maria João Cantinho, publicada na revista on line Storm
Subscrever:
Mensagens (Atom)