Mãe (que preferiu não se identificar) do Carlos Eduardo (que dirigia o carro roubado que arrastou o menino João Hélio pelas ruas do Rio) e do menor Ezequiel (que estava no banco traseiro), imagino o que sentes, duas vezes mater de outra dor, não menos dolorosa, entendo o teu desejo de pedir desculpas aos pais do menino morto pelo crime que não praticaste e também entendo o gesto do teu marido, ao entregar à polícia o próprio filho.
Acredito na sinceridade de tuas palavras, transcritas nos jornais:
"-Minha dor é tanta que seria mais fácil se eu estivesse a enterrar o Ezequiel".
Não conheço muito da tua história de lutas e desesperos ante o caminho trilhado por teus rebentos.
Mas sou tentada a concordar quando não acreditas na recuperação dos infratores através do sistema penal vigente: teu filho mais velho não cumpriu as regras do regime semi-aberto e tornou-se reincidente, arrastando consigo o irmão.
Não sei o que oferecer ao teu coração sobressaltado, despedaçado, desesperançado.
Só posso te dar a minha solidariedade materna e humana, sabendo que nenhuma mãe escolheria um destino assim para seus filhos.
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