Adoro ler as memórias de infância da minha mãe. Fico exultante com esta preciosidade que é a junção da memória e da narrativa, uma espécie de máquina do tempo que me permite aceder a eventos que decorreram pelo menos duas décadas antes do meu nascimento.
Há dias uma amiga disse-me que andava encantada com o rápido crescimento dos filhos. Porque eles são crianças, dizia ela, muito pequeninas, e nós achamos que somos nós que registamos as suas recordações. E, depois, com três ou cinco aninhos, já nos deparamos com os meninos a dizer: "Mãe, lembra quando a gente comeu aquele doce? E daquela viagem que fizemos até àquele lugar?" Sim, já construíram o se próprio álbum de memórias.
Eu achei uma observação fantástica. Nunca tinha pensado nisso.
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