quarta-feira, janeiro 11, 2006

A catedral verde


Sempre que ando a pé com o meu amor pela nossa rua, contemplo as arcadas verdes das árvores, onde irrequietos passarinhos de várias espécies soltam os seus trinados, como quem celebra a alegria de viver. Alguns ignoram os limites das moradias e, em sinal de familiaridade, inspecionam as plantas das varandas, buscando alimento ou fiapos para tecerem seus ninhos. Às vezes espécies raras de aves pousam nos galhos mais altos da amendoeira em frente ao nosso apartamento e deixam-se admirar serenamente, numa convivência harmoniosa. Até um pequeno sagüi já fez-nos uma visita inesperada.

Na calçada do edifício ao lado, dois pés de acerola florescem. As frutinhas nem chegam a ganhar o seu alaranjado característicao e logo são colhidas pelos passantes.

Mais uns edifícios adiante, e eis-nos já na pracinha, onde as crianças a brincar fazem lembrar o canto alegre dos pássaros.

Não, não é um paraíso utópico. Para deleite dos privilegiados moradores, este oásis existe em plena Copacabana, no Bairro Peixoto.

Todos os dias louvo a beleza desta catedral verde onde há quase trinta anos escolhi viver.

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