quinta-feira, março 06, 2008

A avó, a neta e os cataventos


Nas férias passadas, a menininha encantou-se com os cataventos. Não conseguia falar a palavra, pois mal acabara de completar dois anos. Com as mãozinhas viradas pra fora e muito brilho nos olhos, solicitava a todo o momento a avó, para que ela confirmasse a beleza da novidade e do nome:

- Oh! É o cacavento, vovó!

A avó então repetia pausadamente as sílabas da palavra, sublinhando a sílaba correta:

- É, meu amor, é o ca-TA-ven-to.

A menininha olhava atentamente a avó, como quem quer aprender a fazer leitura labial. E logo conseguiu dizer a palavra corretamente.

Todos os dias, após o jantar, a avó, a netinha e o avô sentavam-se na beirada do muro, a apreciar juntinhos os cataventos, a girar no alto da serra que fica diante da casa da aldeia.

Então a avó lembrou-se do refrão de uma música brasileira e pensou que ele tinha tudo a ver com aquele momento. E cantou-o para a menininha, fazendo com as mãos os movimentos do catavento:

- Que maravilha, a girar! ... Que maravilha, a girar!

Pouco tempo depois, ambas já cantavam e rodavam juntas as mãos, como se fossem dois cataventos também a girar, só que do lado de cá, como quem conversa com o vizinho do lado de lá.

Que maravilha! Sim, que maravilha é viver e brincar!

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