terça-feira, março 11, 2008

Pensando na Luz de Maria Gabriela Llansol

Rio de Janeiro, 11 de março de 2008

Querida amiga,

ontem, 10 de março (data que equivocadamente consta como do seu nascimento em algumas notas biográficas), estivemos com você numa cerimônia singela e profundamente bela.

Durante a Missa da Luz, na Paróquia da Ressurreição, entoamos preces e cânticos de fé, na convicção de que você estava conosco e no espaço edênico, "à luz da ressurreição" . Nas momentos finais, os amigos e familiares foram convidados a receber, na frente do altar, uma vela acesa e um cartão em homenagem ao ente querido que partira.

Eu e o meu companheiro acendemos a vela de ternura por você, querida amiga.

Na saída, abraçamos o amigo que me apresentou à sua obra, e a quem serei para sempre grata por me ter propiciado este encontro definitivo. Ele estava presente, é claro. Também estavam presentes uma amiga de longa data e sua mãe. E estas presenças deram-me grande conforto.

Andamos um pouco a pé, juntos, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. No percurso, convocamos vários pensamentos afetivos: pensamos em você, querida Maria Gabriela, com um sorriso largo, acompanhada do seu ambo, na foto de abertura do livro Amigo e Amiga; falamos da sua imensa generosidade, acolhendo os legentes que vinham vê-la, atraídos pelo fulgor dos seus textos; partilhamos, comovidos, a alegria e o privilégio de poder ler seus livros e os textos dos críticos que souberam perceber a importância da sua obra.

Alimentamo-nos dos "pães do imaginário" e dos pãezinhos de gergelim do lanche, sem ruptura entre o corpo e o espírito.

Por fim , abraçamo-nos com um "até logo" nada distraído, fora do hábito de servir os afetos. Com um desejo sincero de nos reencontrarmos em breve, sabendo que sempre estaremos juntos, com você, nos textos do fulgor.

Era isto que gostaria de dizer-lhe, hoje, querida Maria Gabriela.

com imenso afeto da amiga, dos amigos.

Ps.: continuo a pensar em Témia e, sempre e cada vez mais, em Ana ensinando a ler a Myriam - a figura que mais fortemente me atraiu para a paisagem dos seus textos.

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