quinta-feira, dezembro 11, 2008

Com histórias e com afeto

Guardo num canto especial do meu coração uma cena de rara beleza a que asssiti neste último fim-de-semana. Foi tão intensa e serena, com a simplicidade das coisas belas e justas, que precisei de uns dias para escrever sobre ela:

Deste lado do cais, contemplávamos com olhar embevecido, transbordante de ternura, nosso filho a ler histórias para a filha adormecer. Ela, apesar de já meio sonolenta, com a cabeça recostada no sofá e os pezinhos apoiados no colo do pai, acompanhava atentamente a leitura. Ele lia-lhe compenetrado o texto, seguindo fielmente a palavra escrita.

Provavelmente o sentido de muitas palavras escapavam à menina, mas ela seguia o fio do afeto que lhe oferecia a doçura da voz paterna. De vez em quando, ela o interrompia com algum comentário ou para ver a ilustração. Ele prontamente a atendia. E logo retomavam a leitura.

Ficamos algum tempo a observá-los, aguardando o final da história (O Gato de Botas, que acabáramos de enviar por um portador). Deitamo-nos com essa linda imagem do amor de ler.

Sem comentários: