segunda-feira, novembro 07, 2005

A felicidade é feita de coisas pequenas

O psiquiatra e psicoterapeuta Roberto Shinyashiki, autor do livro Heróis de verdade, numa entrevista concedida à revista Isto É, em outubro de 2005, observou que a supervalorização da aparência e a falta de competência imperam na nossa sociedade: ‘hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o grande objetivo de vida se tornou o parecer’; ‘o mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal’. Segundo a referida matéria, ‘nas entrevistas de emprego, por exemplo, os candidatos repetem o que imaginam que precisa ser dito. Num teatro constante, são todos felizes, motivados, corretos, embora muitas vezes pequem na competência. Dizem-se perfeccionistas: ninguém comete falhas, ninguém erra. Como Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) em Poema em linha reta, o psiquiatra não compartilha com a síndrome de super-heróis’. Inspirado nos versos do poeta português, Shinyashik defende que é preciso uma mudança de atitude: ‘O mundo precisa de pessoas mais simples e verdadeiras’. Da sua experiência de conversar com doentes terminais, quando era recém-formado, extraiu uma lição: ‘ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado dinheiro em imóveis’. Com eles aprendeu que a felicidade é feita de coisas pequenas, como apreciar a beleza e saborear um morango.

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