
Como ainda não inventaram uma técnica de coma induzido, que permita adormecer no dia 23 de Dezembro e só acordar no ano seguinte, vou tentar simular a coisa com livros, jornais e uma chávena de chocolate de quente. Até 2007.
Um blogue escrito por três pares de mãos separados por águas atlânticas. Uma viagem com escalas no Rio de Janeiro, em Londres e Senhora da Hora.


Edward Hopper, Eleven A. M. (1926)
Sinto muito a falta de Ditta. Partiu sem deixar bilhete, a não ser esta última imagem, um daguerreótipo das nossas leituras partilhadas. Fez-me ainda chegar um vaso de violetas no dias dos meus anos, a planta está viçosa na minha cozinha, como a amizade que sinto por ela. Uma última mensagem feita de clorofila.

O Paulo escreve coisas belíssimas, recorda-nos, por exemplo, que quem lê nunca está só. É verdade. Talvez por isso as pinturas ou fotos de pessoas a ler transmitam tanta serenidade. Ou prazer, pela aquisição do conhecimento. Sem perceber, Paulo organizou um pequeno inventário da iconografia da leitura.
Foto de Andre Kèrtesz




